quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Programa LBV tv: Depressão infantil é tema do Educação em Debate

Entrevista para o programa Educação em Debate da TV LBV....

A depressão não ocorre exclusivamente na fase adulta. Estima-se que uma a cada 20 crianças com idade inferior a 10 anos passa por esse problema, segundo o neuropsicólogo e pesquisador Thiago Strahler Rivero, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), convidado do programa Educação em Debate, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), nesta sexta-feira, 12/8.

O convidado esclarece as principais questões sobre a depressão na infância, como ela interfere no rendimento escolar e no desenvolvimento emocional da criança, com influência direta na estabilidade familiar. Além disso, aponta as consequências para a pessoa na vida adulta.

No segundo bloco do programa, a discussão do tema é enriquecida pela participação da psicóloga escolar Alyne Freires, do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade em São Paulo/SP. Ela apresenta a experiência da escola modelo da Instituição, norteada pela Pedagogia do Afeto e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que compõem a linha pedagógica criada pelo educador Paiva Netto e aplicada em todas as unidades de ensino e programas socioeducativos da Instituição.

O programa Educação em Debate é apresentado nesta sexta-feira (12), às 16 horas, com reapresentação no sábado (13), às 12 horas; no domingo (14), às 7 horas, às 13h30 e às 23 horas; e na terça-feira (16), às 16 horas, pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY).


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Competição Brasileira de Cobrança de Pênalti


O projeto é simples, mas o plano audacioso:

E se fosse possível transformar o método cientifico inteiro (sua filosofia e sua pragmática) em um grande jogo??

A ideia por traz dessa frase absurda vêm do movimento de gameficação (gamification ou gamefull - http://goo.gl/LHkoY), que propõe que precisamos transformar a realidade que nos cerca em um grande jogo. Não um jogo digital, ou um jogo de video game, computador ou coisas assim, mas na verdade seguir o método que os games têm.

Seguindo regras como:
  • Objetivos Claros - provê um senso propósito
  • Regras - permitem a criatividade e o pensamento estratégico
  • Reforços claros e constantes (sistema de feedback aperfeiçoado) - promessa de objetivos alcançáveis e provem motivação
  • Participação Voluntária - confere ao jogo uma experiência segura e prazerosa

Voltando para o projeto, Competição Brasileira de Cobrança de Pênalti (http://goo.gl/pk8TS), amigos queridos, pesquisadores e neurociêntistas alocados no Hospital Sírio Libanês, estavam fazendo uma pesquisa muito interessante sobre tomada de decisão motora (http://goo.gl/ygK4W), entretanto como sempre na ciência Brasileira, estavam correndo para o recrutamento de sujeitos para a coleta de dados.

Acabei propondo para eles uma estratégia ousada e diferente para o recrutamento desses jovens. E se transformássemos o recrutamento dos jovens em uma competição? Digo, quem sabe se colocassemos essa pesquisa dentro dos quatro critérios de gameficação?

Nem foi preciso pensar muito, o trabalho já estava feito. A própria atividade para avaliar decisão motora era um jogo de cobrança de pênalti (já tinham um objetivo claro), a regra era bem simples (chutar a bola no momento certo, no lado oposto do goleiro), os reforços eram constantes (cada acerto, erro e precisão do chute aparecia na tela) e por fim toda a pesquisa seria voluntária, e aqui que entrou o nosso desenho do game, criando o site da competição- http://goo.gl/ygK4W -. Na verdade criamos uma competição onde cada jogador defende o seu time que se guia pelo ranking do Brasileirão.

Essa ação criou o a motivação intrínseca necessária. Os sujeitos recrutados estão agora avidos para entrar na competição para mostrarem que conseguem fazer mais gols no angulo, para mostrar que erram menos e para ajudar o time deles na vitória no campeonato...


Essa pode ser uma indicação de que ingredientes de games podem transformar a vida e a realidade para melhor!!!!



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Uol Ciência e Saúde: Concentração pede vida saudável e regrada, dizem especialistas

26/10/2010 - 07h00

Concentração pede vida saudável e regrada, dizem especialistas

Márcio Derbli
Especial para o UOL Ciência e Saúde
Dormir o suficiente e praticar uma atividade física regular ajudam a melhorar a concentração

Melhorar a atenção e a concentração sem o uso de medicamentos é possível adotando algumas medidas. Segundo o neurologista Paulo Bertolucci, atitudes como dormir o suficiente, não abusar de bebidas alcoólicas, não tomar tranquilizantes se não for realmente necessário e praticar uma atividade física regular são suficientes para obter melhorias no rendimento. O segredo é diminuir o estresse. “A atividade física regular diminui o estresse, isso não tem nada a ver com medicação, tem a ver com uma vida mais saudável. Com mais sono e menos estresse, você mantém a atenção”, ensina o especialista.

Para Thiago Rivero, pesquisador do departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a terapia cognitivo-comportamental pode ser útil em casos de diagnóstico de TDAH. Neste tipo de terapia, são utilizadas diversas técnicas de treinamento que levam a uma melhoria da atenção e concentração. O especialista pode auxiliar, por exemplo, no planejamento e organização de cronogramas para realização de tarefas.

Segundo o pesquisador, os principais inimigos da falta de concentração são a falta de regras na rotina diária, desde criança, e o desconhecimento dos processos cognitivos do cérebro. “Quanto mais cedo se ensina o uso de regras, a organização, o planejamento e o estímulo a todas as funções mentais, mais cedo criamos jovens independentes, autônomos e com qualidade de vida”, avalia Rivero.

A Aposta da Neurociência: Perspectivas Futuras

A Aposta da Neurociência: Perspectivas Futuras


Texto de Luciane Simonetti e Thiago Strahler Rivero
Edição de Rafaela Sandrini


Problemas conceituais e metodológicos são facilmente encontrados dentro das teorias psicológicas. Textos e trabalhos teóricos de muitos filósofos da mente tentam resolver este problema ao buscarem uma definição do conceito de mente e a dissolução do problema mente-corpo. A Filosofia da Mente , de modo específico, preocupa-se com esta análise conceitual de teorias por meio de uma investigação científica.

Workshop de Terapia Racional Emotiva Comportamental em Belo Horizonte

Foi com muita alegria que durante os dias 11/03 e 12/03 tive a possibilidade de ministrar o 1° Workshop Mineiro de Terapia Cognitivas, um curso rápido com o objetivo de treinar psicólogos e neuropsicologos no uso da Terapia Racional Emotivo Comportamental proposta teórica e terapêutica construida por Albert Ellis.

A turma estava super motivada e participou sem parar nas 16 horas de curso. O curso foi coordenado de forma maravilhosa pela Isabela Lima e a Isabela Goes, duas alunas de mestrado da UFMG. E sem o apoio do LINEU (Laboratórios Integrados de Neuropsicologia)




Veja abaixo um texto escrito por uma das alunas do curso em seu blog (http://66.228.120.252/cronicas/2861309):

"Tinha curiosidade em saber sobre as técnicas na abordagem de patologias que necessitam intervenção mais breve. Casualmente participei de um workshop em Terapia Racional Comportamental, em Belo Horizonte e era o que eu queria conhecer. O jovem professor, dr. Thiago Strahler Rivero da UNIFESP, conseguiu com seu entusiasmo e competência passar os ensinamentos de Albert Ellis e formas de trabalhar o amor, o sexo, e as diversas patologias que aflingem o mundo moderno, como a droga, o pânico, a depressão e outras".
Além do povo mineiro ser extremamente amável e a comida muito boa, o prazer foi todo meu!!! =)

Programa de divulgação ciêntifica: Descobrindo a sua Mente!

Participamos do programa Descobrindo a sua Mente de divulgação cientifica em Psicologia e Neuropsicologia, comandado pelo maravilhoso, idolatrado, salve salve Alexandre Rivero (vulgo papai!!). A experiência foi fantástica, discutimos Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade e pudemos levar um pouco de discussão a respeito dos mitos e enganos do diagnóstico e o papel do Neuropsicologo.

parte 1



Associação Brasileira de Psiquiatria: Diagnóstico mais fácil para déficit de atenção

Diagnóstico mais fácil para déficit de atenção

Pesquisadores da Unifesp desenvolvem um modelo para simplificar a identificação de TDAH.

Pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma pesquisa na qual propõem um método mais simplificado para ajudar no diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Segundo o psicólogo e pesquisador Thiago Strahler Rivero, da equipe que desenvolveu o trabalho na Unifesp, o novo método consiste em um roteiro resumido que facilitaria a leitura dos resultados dos testes de desempenho contínuo, utilizados para o diagnóstico. O trabalho ajudaria tanto no trabalho clínico dos médicos, responsáveis pelo diagnóstico final, como também na ação dos demais profissionais que lidam como o TDAH – psicólogos, por exemplo.

A pesquisa concluiu que é possível resumir os 15 resultados apresentados em cada avaliação em cinco itens: atenção focada, associada à capacidade de concentração numa atividade; atenção sustentada, habilidade de se manter numa atividade por longos períodos; vigilância, aptidão para lidar com situações imprevisíveis; hiperatividade e impulsividade; capacidade de manutenção do controle.

“A gente não está propondo mudar o teste, que é muito bom, mas a forma de correção e avaliação dele para diminuir a subjetividade do avaliador”, diz Rivero. O teste, de referência internacional, é de 1956 e passou pela última revisão em 2005. “Ele é complexo porque, no fim da avaliação, dá uma folha com 15 resultados. A subjetividade do avaliador é muito grande e, se pegar o mesmo caso e passar por dez psicólogos, cada um vai dizer uma coisa. Propomos medidas que têm mais a ver com o dia a dia”.

A busca por mais precisão nos diagnósticos do TDAH é um dos principais desafios para o tratamento adequado da disfunção, que hoje acomete mais de 5% das crianças e dos adolescentes no mundo, estimam os pesquisadores. Em geral, os diagnósticos mais rápidos são feitos por equipes multidisciplinares – médicos com o apoio de psicólogos e, em condição ideal, ajudados por fonoaudiólogos e educadores.

“Nos Estados Unidos e na Europa, o educador tem de saber avaliar o desempenho mental dos seus alunos. Um modelo como esse colabora e muito na educação”, diz Rivero, cujo trabalho ainda é inédito no meio científico. “Está para revisão e vamos publicar em breve”, afirma.

Para a psicóloga clínica Cleide Heloisa Partel, portadora de TDAH que se tornou especialista no tema, há muitas variáveis na disfunção “para simplificar em cinco itens”. Em princípio, ela vê com ressalvas o trabalho. “O diagnóstico é complexo, sim, e a pessoa precisa conhecer muito bem o assunto. Reunir os resultados nesses cinco itens me parece uma coisa simples demais.”, diz. “Um dos pontos importantes a saber é se a pessoa nasceu com esse transtorno, que é genético”, afirma.

O neuropsiquiatra Fabio Barbirato, por outro lado, diz que o trabalho dos pesquisadores da Unifesp é importante como “instrumento acessório para tornar o TDAH mais acessível” a profissionais que costumam fazer o encaminhamento ao médico, como pedagogos e professores que suspeitam do TDAH nos estudantes.

“Um complicador do diagnóstico é a falta de conhecimento”, afirma Barbirato. “Existe uma série de patologias clínicas que podem afetar o déficit de atenção. Por isso é importante a avaliação médica”, completa.

Dono de um albergue para turistas na capital, Alberto Azevedo, de 27 anos, gostaria de ter tido um diagnóstico precoce do TDAH – quadro que ele só descobriu ter aos 25, depois de ter levado mais de seis anos para finalizar um curso universitário que deveria ter durado quatro anos. “Se soubesse antes, poderia ter aproveitado melhor o tratamento, foi um pouco tarde demais”, constata.

O que é TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma disfunção neurológica que atinge funções mentais, como memória, atenção e funções executivas. Está relacionado à capacidade de focar, de interagir com objetos e planejar ações. Abaixo, os critérios propostos pelo novo modelo:

Como identificar

1 Atenção focada: Falta de concentração numa atividade.

2 Atenção sustentada: falta de habilidade de se manter numa atividade por longos períodos.

3 Vigilância: inaptidão pra lidar com situações imprevisíveis.

4 Hiperatividade e impulsividade: manifestadas em vários tipos de comportamento, como comprar ou beber demais.

5 Capacidade de manutenção do controle: tendência a ser desorganizado, por exemplo.

Unifesp quer voluntários para pesquisar TDAH

A universidade abriu inscrições para jovens já diagnosticados com TDAH interessados em fazer parte de grupos de terapias associadas. O projeto mantém parceria com a Universidade Federal da Bahia. Inscrições pelo Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp (11 5549-8476).

Entrevista – Alberto Azevedo – Descobriu TDAH aos 25 anos.

“Atrasei muito a minha vida”

- Como descobriu o TDAH?

Descobri na internet, aos 25 anos. Uma amiga comentou sobre o livro Mentes Inquietas, que fala sobre esse assunto. Aí eu dei uma pesquisada, fui lendo e descobri que tudo aquilo era muito parecido comigo. Fui a uma psicóloga especializada e a uma neurologista, que fechou o diagnóstico e receitou o remédio.

- Acha que foi tarde?

Sim, porque para passar no vestibular, por exemplo, tive grande dificuldade. Prestei para o curso de Rádio e TV quatro vezes até passar. Na escola, ficava entediado na aula, dormia muito. Já tinha desenvolvido minhas técnicas de cola nem lia a prova.

- Nunca ninguém desconfiou que você era hiperativo?

Meus pais sempre brigavam comigo, então eu achava que era vagabundo mesmo. Descobri o TDAH quando estava totalmente desesperado, no 6º ano de um curso que poderia ser feito em quatro. Foi um pouco tarde demais, atrasei muito a minha vida. Depois que fui diagnosticado, minha mãe, de 52 anos, e minha irmã, de 18 descobriram que também têm TDAH.

Pesquisadores da Unifesp desenvolvem um modelo para simplificar a identificação de TDAH.

Jornal Folha de São Paulo, Caderno Equilibrio e Saúde: Pesquisa identifica fatores que caracterizam adolescentes com hiperatividade

Essa matéria nossa saiu faz algum tempo, mas o tema é muito atual.
20/09/2010 - 16h48

Pesquisa identifica fatores que caracterizam adolescentes com hiperatividade

Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) identificou os três fatores que caracterizam o perfil de desempenho do adolescente brasileiro com TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade): prejuízo nas atenções focada e sustentada e na vigilância.

Diagnóstico de deficit de atenção divide especialistas

Segundo a universidade, a definição do perfil por meio de um novo modelo de padronização passa a ser uma ferramenta de apoio para o diagnóstico mais preciso. Com os resultados somados à avaliação clínica, o profissional pode buscar tratamentos que visem diminuir os sintomas da disfunção.

Primeiramente, o estudo analisou 490 adolescentes sem histórico de distúrbios. Entre eles, os pesquisadores identificaram e selecionaram 28 com TDAH e 28 sadios, de 12 a 18 anos, para participar da pesquisa que avaliou o desempenho de dois grupos por meio de um teste de performance. A partir do questionário, que aponta 15 medidas de avaliação, foi feita uma análise estatística fatorial que permitiu identificar os três fatores mais prejudicados entre os adolescentes com transtorno.

Orlando Bueno, chefe da disciplina de Memória do departamento de Psicobiologia, explica que a atenção focada está associada à capacidade do indivíduo de concentrar-se em uma atividade; a atenção sustentada é a habilidade de manter-se na mesma atividade por um longo período e a vigilância é a aptidão que cada um tem de responder a algo não previsível.

No teste, 360 letras surgiam na tela do computador em intervalos de um, dois ou quatro segundos, divididos em seis blocos. Para cada letra, o participante deveria reagir teclando caracteres pré-determinados.

Os resultados do estudo serão utilizados para dar suporte a outras pesquisas e tratamentos.

Remédios como a Ritalina não são a única opção para o controle do transtorno.

"É possível o uso de treinos mentais (cognitivos) para melhora de desempenho da atenção como uma proposta de reabilitação e não como uma proposta de cura, pois o TDAH não é visto como uma doença para ser curada", explica o pesquisador Thiago Strahler Rivero.

A Unifesp defende que, ao conhecer melhor as características do perfil dos jovens brasileiros, é possível estabelecer um tratamento mais direcionado e que promova as melhores respostas.

Segundo a coordenadora do núcleo de avaliação de neuropsicologia interdisciplinar da universidade, Mônica Miranda, "o treino de atenção é individual. A partir de nossos estudos, desenvolvemos materiais de apoio para o grupo clínico, como jogos de treinamento e manuais de terapia".

O TDAH é um transtorno neurobiológico que acomete mais de 5% das crianças e adolescentes do mundo, mas embora surja na infância, pode acompanhar o indivíduo na fase adulta. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. No entanto, é comum a associação com diversos acometimentos mentais e de desenvolvimento como o Transtorno de Aprendizagem, dificultando a diferenciação entre crianças que não apresentam a disfunção e são tratadas, e outras com TDAH que não são diagnosticadas. Falta de informação sobre a disfunção e falhas de diagnóstico são os temas mais recorrentes a respeito do transtorno.

VAGAS PARA VOLUNTÁRIOS

A Unifesp abriu inscrições para adolescentes já diagnosticados que possam fazer parte dos grupos de terapia associada a diferentes tipos de treinos. Durante 20 semanas, quatro grupos de cinco pessoas participarão de atividades variadas.

O projeto mantém parceria com a UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde também estão abertas as inscrições para jovens. Os resultados dos dois Estados serão agrupados, com o objetivo de apontar os impactos dos tratamentos propostos sobre participantes de diferentes realidades.

SERVIÇO

Inscrições para projeto de tratamento em São Paulo
Local: Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp
Endereço: rua Embaú, 54
Telefone: 0XX/11/5549-8476

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Artigo Cientifico Publicado: TOOLS OF EFFICACY’S ASSESSMENT OF NEUROPSYCHOLOGICAL REHABILITATION PROGRAMS: A SYSTEMATIC REVIEW

No futuro número 8 da revista Clinical Neuropsychiatryl, será publicado um artigo de colaboração escrito junto com diversos profissionais do grupo de pesquisadores do professor Leandro Malloy-diniz. Esse trabalho contou com a participação dos seguintes colegas: Fabricia Quintão Loschiavo-Alvares, Cristina Yumi Nogueira Sediyama, Thiago Strahler Rivero - Psychobiology, Rodrigo Nicolato, Fernando Neves, Orlando F. A. Bueno, Humberto Corrêa, Leandro Fernandes Malloy-Diniz

O artigo investiga diversas ferramentas de avaliação da eficácia de programas de reabilitação neuropsicologica.

Artigo Cientifico Publicado:

No número 30 da revista Pandora Brasil, uma publicação do curso de filosofia da Universidade Mackenzie, foi publicado um artigo de colaboração escrito junto com a professora Camila Cruz Rodrigues e a estudante de psicologia Danila Bertalia.


Artigo:
O IMPACTO DO USO DO VIDEOGAME SOBRE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DOS ADOLESCENTES

Camila Cruz-Rodrigues, Thiago Strahler Rivero e Danila Lima Bertalia

RESUMO
O videogame faz parte do cotidiano das crianças e dos adolescentes e, consequentemente, é motivo de preocupação dos pais e profissionais das áreas da saúde e da educação devido os possíveis impactos que essa ferramenta pode trazer ao desenvolvimento cognitivo das pessoas. As pesquisas mais recentes têm mostrado o potencial que os videogames podem ter no desenvolvimento cognitivo e emocional, embora alguns autores alertem para a importância do conteúdo do jogo e, principalmente, para o tempo destinado a máquina, variáveis que podem influenciar na capacidade de resolução de problemas e na criatividade. Assim, é fundamental que o videogame seja utilizado como ferramenta educacional ponderadamente para que possa ser um aliado do desenvolvimento dos adolescentes e não ofereça riscos à saúde física e mental.

para continuar lendo.... http://revistapandora.sites.uol.com.br/jovem/camila.pdf

Déficit de atenção: 8 sinais aos quais os pais devem ficar atentos

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada.

Há um grande número de crianças com a doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras sofrem de TDAH, das quais de 60% a 85% permanecem com o transtorno na adolescência.

É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.

Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.

Distração
As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.

Perda de objetos
Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.

Lição escolar
Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos...

Movimentação constante
Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.

Passeios e brincadeiras
Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.

Paciência
Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.

Desatenção
Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.

Impulsividade
A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.





* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

Um problemão de matemática


Dificuldade com os cálculos nem sempre é falta de inteligência do aluno. Pode ser só um transtorno de aprendizagem – e, com ensino adequado, dá para aprender
CAMILA GUIMARÃES


FORA DA ESCOLA
Luisa Andrade (sentada) com sua tutora no jardim de casa. Ela abandonou a escola depois de várias situações constrangedoras em sala
Desde que consegue se lembrar, a paulistana Luisa Andrade, que hoje tem 17 anos, não se entendia com os números. As aulas de matemática eram um suplício. Na 3a série, aos 9 anos, experimentou pela primeira vez a vergonha que a acompanharia até o ensino médio. Para tomar a lição dos alunos, a professora costumava pedir para que todos ficassem em pé em cima de suas carteiras e recitassem a tabuada. Só sentava quem acertava a sequência. Era uma tarefa impossível para Luisa, que sempre ficava por último, em pé, sozinha, exposta à risada dos coleguinhas.

Os anos se passaram e as situações constrangedoras foram se acumulando, tanto nas salas de aulas quanto em passeios com a turma de amigos. No cinema ou na lanchonete, Luisa nunca soube calcular o troco. Ou ver as horas. O pior momento foi no ensino médio. Durante uma aula de física, a professora pediu para que Luisa, que é loira e vestia uma blusa cor-de-rosa, resolvesse um problema na lousa. Luisa não foi capaz de escrever nada. Ficou lá parada por alguns minutos. A professora, então, disse a ela: “Pode voltar para sua carteira, Barbie”.

Luisa não é preguiçosa. Nem burra. Ela apenas sofre de discalculia, um transtorno de aprendizagem tão comum em salas de aulas quanto a dislexia (o transtorno de aprendizagem de leitura). Quem tem discalculia não possui habilidades matemáticas. Faltam noções de grandeza ou de valor dos números. Essas pessoas não conseguem fazer cálculos e nem sequer decoram a tabuada (leia abaixo o quadro com os principais sintomas). Pesquisas internacionais estimam que entre 5% e 7% da população mundial sofre desse transtorno. Os impactos afetam toda a sociedade. Segundo um estudo britânico, a discalculia gera um prejuízo anual ao país de 2,4 bilhões de libras (ou R$ 5,8 bilhões). Isso porque as pessoas com dificuldades matemáticas tendem a ganhar e gastar menos. Seriam mais propensas a ficar doentes e cometer crimes. Também demandam mais ajuda da escola.

Apesar disso, a discalculia é pouco conhecida. Parte do problema é resultado da tolerância nas escolas para as dificuldades com matemática. “Culturalmente encaramos como algo difícil mesmo”, afirma Thiago Strahler Rivero, pesquisador do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. “Muitos pais e professores não percebem que há um problema e os alunos podem chegar até a vida adulta sem saber que sofrem deste transtorno.”

Outro obstáculo é o diagnóstico complicado. É preciso uma equipe interdisciplinar, formada por fonoaudiólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo e neuropediatra para identificar o transtorno corretamente. No Brasil, apesar da falta de números precisos, há consenso entre especialistas que os diagnósticos de discalculia começam a aparecer com mais frequência nos consultórios clínicos.

A história do diagnóstico de Luisa é ilustrativa. Sua mãe, Mônica Weinstein, é fonoaudióloga e doutora em comunicação humana, mas, até Luisa ter 13 anos, nunca desconfiou que ela tivesse discalculia. Foi a própria Luisa quem percebeu. “Estava assistindo a um documentário na TV que falava sobre transtornos de aprendizagem e de repente ficou claro que aquele era o meu problema”, diz Luisa. “Fui correndo contar para minha mãe.”

Os alunos com discalculia conseguem aprender matemática com atenção individual e técnicas de ensino especiais. Mas poucas escolas têm professores, estrutura, planejamento ou materiais adequados. A Escola Suíço Brasileira de São Paulo fez uma adaptação do conteúdo das aulas e até de materiais. “As atividades em sala de aula e a lição de casa precisam ser diferentes”, diz Birgit Möbus, psicopedagoga da escola. “O mais importante é não isolar esse aluno e cuidar de sua autoestima.”

A mãe de Luisa, Mônica, não teve a sorte de encontrar colégios preparados para educar a filha. O último sugeriu que a menina deixasse a matemática de lado. A menina já havia desenvolvido uma severa anorexia nervosa. Hoje ela estuda com tutores, em casa, e frequenta uma vez por semana o Instituto Individualmente, uma organização não governamental criada pela própria Mônica logo depois do diagnóstico da filha.

O instituto diagnostica e trata alunos com discalculia das redes pública e privada há dois anos. Um deles é Aline Alves Barbosa, de 15 anos. Sua mãe percebeu que poderia haver algum problema de aprendizagem quando ela tinha 12 anos. Durante meses, passou por fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas. Chegou a tomar remédio para tratar um possível deficit de atenção. No instituto, ela é atendida por especialistas em discalculia, que usam softwares importados desenvolvidos para quem não tem habilidades matemáticas. Com os programas, que concretizam os números e as operações matemáticas com imagens, ela aprendeu a ler as horas e a fazer algumas operações básicas, como somar e dividir. Aline ainda odeia as aulas de matemática da escola. “Minha professora atual não quer nem saber do meu diagnóstico”, diz Aline. “Ela explica a lição uma vez só e nunca mais.” Por isso, o desafio do Instituto Individualmente também é preparar as escolas para ensinar essas crianças.

Outros países já incorporaram isso à política oficial. Desde 2000, a Inglaterra investiu US$ 2,3 milhões em pesquisa. Outro tanto para desenvolver softwares para melhorar o aprendizado. Esses programas são usados nas escolas públicas. Segundo um levantamento feito pela consultoria KPMG e uma ONG britânica, essas ações custam caro, mas dão um retorno 12 vezes maior para a sociedade. É só fazer as contas.


Dificuldade além dos números
Pessoas com discalculia sofrem nas aulas de matemática e também não desenvolvem noções de tempo e espaço.

Eis os sintomas mais comuns:

Não aprendem a ler as horas
Não sabem a sequência dos meses do ano ou noções de ontem, hoje e amanhã
Em jogos, não gravam regras e não conseguem montar estratégias
Têm dificuldade para calcular troco
Não guardam fórmulas matemáticas e têm muita dificuldade de entender os enunciados de exercícios
Falta de noção de magnitude: a criança não sabe, por exemplo, se o número 12 é mais próximo, em grandeza, do 10 do que do 20. Nem que 200 é menor que 2.000.
São incapazes de fazer cálculos mentais
Os mais novos confundem números graficamente parecidos, como 6 e 9 ou 14 e 41

VI Congresso Interamericano de Psicologia e Saúde e II Congresso Brasileiro de Neuropsicologia e Neurociência

Durante o dia 21/05/2001 tive a grata felicidade de participar do congresso (http://www.congressointeramericano.com.br/programacao.asp) e poder falar sobre o uso de video game e outras tecnologias durante o processo de Reabilitação Neuropsicologica.

Além dessa alegria, pude também estar na mesa, que foi coordenada pelo Estevam Colacicco Holpert, com duas amigas de trabalho e profissionais excelentes; Drª Anna Carolina Rufino Navatta (Hospital Israelita Albert Einsten) e Drª Beatriz Sant´Anna (UNIFESP).

Realmente foi uma experiência enriquecedora, na plateia, mais de 80 pessoas atentas e com perguntas fantásticas, principalmente sobre como aplicar o conceito de games para a prática clínica e escolar.

Eu, Beatriz e Estevam

Eu, Beatriz Sant´Anna e Ana Luiza Zaninotto (Coordenadora da Especialização de Neuropsicologia do Cepsic e grande amiga que me convidou para esse congresso)

Uma parte da plateia.

Inicio da conferência.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Estadão - Unifesp Simplifica teste de déficit de atenção

Eatadão - Unifesp Simplifica teste de déficit de atenção


Novo método apresenta roteiro mais simples para leitura dos resultados
Terça, 21 de Setembro de 2010, 09h32
Fábio Mazzitelli
Pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo finalizaram pesquisa que propõe um método simplificado de diagnóstico clínico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que ajudaria o trabalho clínico de psicólogos, médicos e demais profissionais que lidam com o transtorno.

De acordo com o psicólogo Thiago Strahler Rivero, integrante da equipe que desenvolveu o trabalho, o novo método consiste de um roteiro mais simples para a leitura dos resultados dos testes de desempenho contínuo, usados para o diagnóstico.


A pesquisa concluiu que é possível resumir os 15 resultados apresentados por avaliação em 5 itens. “A gente não está propondo mudar o teste, mas a forma de corrigi-lo e avaliá-lo para diminuir a subjetividade”, afirma o pesquisador.

A busca por mais precisão no diagnóstico do TDAH é um dos principais desafios para o tratamento adequado da disfunção, que hoje acomete mais de 5% das crianças e dos adolescentes no mundo, estimam os pesquisadores. “Hoje, a subjetividade do avaliador é grande. Se o mesmo caso passar por dez psicólogos, cada um vai dizer uma coisa”, diz Rivero.]

SnifBrasil

Divulgação da DPM editora via SnifBrasil

PESQUISA UNIFESP APONTA COMO APRIMORAR MÉTODO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

O Centro Paulista de Neuropsicologia, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), desenvolve estudos e tratamentos para adolescentes com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e acaba de publicar uma pesquisa que identificou os três fatores que mais caracterizam o perfil de desempenho dos adolescentes brasileiros com o distúrbio: prejuízo nas atenções focada e sustentada e na vigilância. A definição do perfil por meio de um novo modelo de padronização passa a ser uma ferramenta de apoio para o diagnóstico mais preciso e fidedigno. Com os resultados somados à avaliação clínica, o profissional pode buscar tratamentos que visem diminuir os sintomas da disfunção.
O TDAH é um transtorno neurobiológico que acomete mais de 5% das crianças e adolescentes do mundo, mas embora surja na infância, pode acompanhar o indivíduo na fase adulta. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. No entanto, é comum a associação com diversos acometimentos mentais e de desenvolvimento como o Transtorno de Aprendizagem, dificultando a diferenciação entre crianças que não apresentam a disfunção e são tratadas e outras com TDAH que não são diagnosticadas. Falta de informação sobre a disfunção e falhas de diagnóstico são os temas mais recorrentes a respeito do transtorno.
Segundo os pesquisadores, o tratamento com remédios não é a única opção para o controle do TDAH. “É possível o uso de treinos mentais (cognitivos) para melhora de desempenho da atenção, como uma proposta de reabilitação e não como uma proposta de cura, pois o TDAH não é visto como uma doença para ser curada”, explica o pesquisador Thiago Strahler Rivero. Sendo assim, ao conhecer melhor as características do perfil dos adolescentes brasileiros, é possível estabelecer um tratamento mais direcionado e que promova as melhores respostas. “O treino de atenção é individual. A partir de nossos estudos, desenvolvemos materiais de apoio para o grupo clínico como jogos de treinamento ou manuais de terapia”, completa Mônica Miranda, coordenadora do núcleo de avaliação de neuropsicologia interdisciplinar do Centro Paulista de Neuropsicologia, parceiro da Unifesp no atendimento aos pacientes.
Após estudo com 490 adolescentes sem histórico de distúrbios, foram identificados e selecionados 28 indivíduos com TDAH e 28 sadios, de 12 a 18 anos, para participar da pesquisa que avaliou o desempenho dos dois grupos por meio de um teste de performance (teste de desempenho contínuo do Conners).
A partir do questionário, que aponta 15 medidas de avaliação, foi feita uma análise estatística fatorial que permitiu identificar os três fatores mais prejudicados entre os adolescentes com TDAH.
Orlando Francisco Amodeo Bueno, chefe da disciplina de Memória do departamento de Psicobiologia da UNIFESP, explica que a atenção focada está associada à capacidade do indivíduo de concentrar-se em uma atividade; a atenção sustentada é a habilidade de manter-se na mesma atividade por um longo período e a vigilância é a aptidão que cada um tem de responder a algo não previsível. No teste, 360 letras surgiam na tela do computador em intervalos de 1, 2 ou 4 segundos, divididos em seis blocos. Para cada letra, o participante deveria reagir teclando caracteres pré-determinados.
Os resultados da pesquisa serão utilizados para dar suporte a outros estudos e aos tratamentos oferecidos pelo Centro Paulista de Neuropsicologia. Além de terapias, treinos e atividades, o Centro oferece aos pais dos participantes acompanhamento para que eles respondam de forma adequada às situações vivenciadas.

Vagas para voluntários em pesquisa para tratamento
Estão abertas inscrições para adolescentes já diagnosticados que possam fazer parte dos grupos de terapia associada a diferentes tipos de treinos. Durante 20 semanas, quatro grupos de cinco pessoas participam de atividades variadas. O projeto, coordenado por Mônica Miranda, mantém parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde também estão abertas as inscrições para adolescentes. Os resultados dos dois estados serão agrupados, tendo como objetivo apontar os impactos dos tratamentos propostos sobre participantes de diferentes realidades.
Inscrições para projeto de tratamento em São Paulo: Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp - Rua Embaú, 54 - Telefone: 11 5549-6899/8476

Entrevista para o Grupo Taeq

Entrevista para o Grupo Taeq



Cérebro sempre ativo

Assim como qualquer órgão do corpo humano, o cérebro precisa de exercícios para manter-se ativo e saudável. Especialistas de diversas áreas comprovam que atividades físicas contribuem para o desempenho intelectual, psicológico e também para as funções cognitivas, como percepção, atenção e memória, dentre muitas outras.
Outro tipo de exercício vem chamando a atenção de pessoas que querem manter o cérebro saudável: a chamada neuróbica, conceito relativamente recente até mesmo entre os estudiosos.

Por meio da mudança de comportamentos rotineiros, como escrever com a mão que não está habituado, vestir-se de olhos fechados ou fazer combinações gastronômicas inusitadas, a proposta da neuróbica é estimular o aprendizado para a formação de novos caminhos neurais.
No entanto, o neuropsicólogo da Unifesp Thiago Strahler Rivero ressalta que o grande equívoco está na generalização desse aprendizado. “Não devemos utilizar a neuróbica como propaganda de cérebro afiado”.

De acordo com o pesquisador, o ideal é ter o cérebro aguçado para tarefas relevantes de cada indivíduo. “Se o problema é memória, vamos treinar a memória; se é déficit de atenção, vamos criar treinos específicos para isso, sempre respeitando o perfil de cada um.”
Thiago explica que para manter o cérebro ativo é necessário muito mais que simplesmente a prática constante de exercícios, sejam físicos, de lógica ou memória. “É preciso ter uma contínua atitude de bem estar, atentando para os aspectos físico, emocional e mental”.


O neurologista da Unifesp Cicero Galli Coimbra concorda e cita três principais fatores para a manutenção de um cérebro saudável. “É preciso ter equilíbrio emocional, procurar desenvolver novas habilidades e alimentar-se adequadamente”.

De acordo com Cicero, pessoas que vivem sob estresse, medo ou em estados depressivos por muito tempo acabam bloqueando a produção de novos neurônios. “Sofrimento prolongado envelhece o cérebro”, garante o especialista.Outro fator fundamental para quem deseja expandir a capacidade mental é o desenvolvimento de novas habilidades, como aprender um novo idioma, um instrumento musical ou atividades criativas que também contribuam para a capacidade de socialização, comunicação e explorem potencialidades e limitações.

E o terceiro fator, não menos importante, é o cuidado com a escolha dos alimentos. “Uma alimentação saudável, rica em omega-3, encontrado em peixes como sardinha, atum e salmão, e pobre em substâncias neurotóxicas, provenientes especialmente do preparo de carnes e aves, contribuem para a manutenção de um cérebro ativo”.
O neurologista também reforça a importância da exposição ao sol no período matinal, fundamental para a síntese de vitamina D, que além de essencial para a formação dos ossos e dentes, contem substâncias que fortalecem a rede neural, dilatando a capacidade de raciocínio e memória do indivíduo.


*Thiago Strahler Rivero – neuropsicologo e pesquisador colaborador do grupo de memória do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). www.unifesp.br/dpsicobio

*Cicero Galli Coimbra é professor associado e livre-docente do departamento de neurologia e neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). WWW.unifesp.br/dneuro