terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista para o Grupo Taeq

Entrevista para o Grupo Taeq



Cérebro sempre ativo

Assim como qualquer órgão do corpo humano, o cérebro precisa de exercícios para manter-se ativo e saudável. Especialistas de diversas áreas comprovam que atividades físicas contribuem para o desempenho intelectual, psicológico e também para as funções cognitivas, como percepção, atenção e memória, dentre muitas outras.
Outro tipo de exercício vem chamando a atenção de pessoas que querem manter o cérebro saudável: a chamada neuróbica, conceito relativamente recente até mesmo entre os estudiosos.

Por meio da mudança de comportamentos rotineiros, como escrever com a mão que não está habituado, vestir-se de olhos fechados ou fazer combinações gastronômicas inusitadas, a proposta da neuróbica é estimular o aprendizado para a formação de novos caminhos neurais.
No entanto, o neuropsicólogo da Unifesp Thiago Strahler Rivero ressalta que o grande equívoco está na generalização desse aprendizado. “Não devemos utilizar a neuróbica como propaganda de cérebro afiado”.

De acordo com o pesquisador, o ideal é ter o cérebro aguçado para tarefas relevantes de cada indivíduo. “Se o problema é memória, vamos treinar a memória; se é déficit de atenção, vamos criar treinos específicos para isso, sempre respeitando o perfil de cada um.”
Thiago explica que para manter o cérebro ativo é necessário muito mais que simplesmente a prática constante de exercícios, sejam físicos, de lógica ou memória. “É preciso ter uma contínua atitude de bem estar, atentando para os aspectos físico, emocional e mental”.


O neurologista da Unifesp Cicero Galli Coimbra concorda e cita três principais fatores para a manutenção de um cérebro saudável. “É preciso ter equilíbrio emocional, procurar desenvolver novas habilidades e alimentar-se adequadamente”.

De acordo com Cicero, pessoas que vivem sob estresse, medo ou em estados depressivos por muito tempo acabam bloqueando a produção de novos neurônios. “Sofrimento prolongado envelhece o cérebro”, garante o especialista.Outro fator fundamental para quem deseja expandir a capacidade mental é o desenvolvimento de novas habilidades, como aprender um novo idioma, um instrumento musical ou atividades criativas que também contribuam para a capacidade de socialização, comunicação e explorem potencialidades e limitações.

E o terceiro fator, não menos importante, é o cuidado com a escolha dos alimentos. “Uma alimentação saudável, rica em omega-3, encontrado em peixes como sardinha, atum e salmão, e pobre em substâncias neurotóxicas, provenientes especialmente do preparo de carnes e aves, contribuem para a manutenção de um cérebro ativo”.
O neurologista também reforça a importância da exposição ao sol no período matinal, fundamental para a síntese de vitamina D, que além de essencial para a formação dos ossos e dentes, contem substâncias que fortalecem a rede neural, dilatando a capacidade de raciocínio e memória do indivíduo.


*Thiago Strahler Rivero – neuropsicologo e pesquisador colaborador do grupo de memória do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). www.unifesp.br/dpsicobio

*Cicero Galli Coimbra é professor associado e livre-docente do departamento de neurologia e neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). WWW.unifesp.br/dneuro

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