terça-feira, 17 de maio de 2011

SnifBrasil

Divulgação da DPM editora via SnifBrasil

PESQUISA UNIFESP APONTA COMO APRIMORAR MÉTODO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

O Centro Paulista de Neuropsicologia, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), desenvolve estudos e tratamentos para adolescentes com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e acaba de publicar uma pesquisa que identificou os três fatores que mais caracterizam o perfil de desempenho dos adolescentes brasileiros com o distúrbio: prejuízo nas atenções focada e sustentada e na vigilância. A definição do perfil por meio de um novo modelo de padronização passa a ser uma ferramenta de apoio para o diagnóstico mais preciso e fidedigno. Com os resultados somados à avaliação clínica, o profissional pode buscar tratamentos que visem diminuir os sintomas da disfunção.
O TDAH é um transtorno neurobiológico que acomete mais de 5% das crianças e adolescentes do mundo, mas embora surja na infância, pode acompanhar o indivíduo na fase adulta. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. No entanto, é comum a associação com diversos acometimentos mentais e de desenvolvimento como o Transtorno de Aprendizagem, dificultando a diferenciação entre crianças que não apresentam a disfunção e são tratadas e outras com TDAH que não são diagnosticadas. Falta de informação sobre a disfunção e falhas de diagnóstico são os temas mais recorrentes a respeito do transtorno.
Segundo os pesquisadores, o tratamento com remédios não é a única opção para o controle do TDAH. “É possível o uso de treinos mentais (cognitivos) para melhora de desempenho da atenção, como uma proposta de reabilitação e não como uma proposta de cura, pois o TDAH não é visto como uma doença para ser curada”, explica o pesquisador Thiago Strahler Rivero. Sendo assim, ao conhecer melhor as características do perfil dos adolescentes brasileiros, é possível estabelecer um tratamento mais direcionado e que promova as melhores respostas. “O treino de atenção é individual. A partir de nossos estudos, desenvolvemos materiais de apoio para o grupo clínico como jogos de treinamento ou manuais de terapia”, completa Mônica Miranda, coordenadora do núcleo de avaliação de neuropsicologia interdisciplinar do Centro Paulista de Neuropsicologia, parceiro da Unifesp no atendimento aos pacientes.
Após estudo com 490 adolescentes sem histórico de distúrbios, foram identificados e selecionados 28 indivíduos com TDAH e 28 sadios, de 12 a 18 anos, para participar da pesquisa que avaliou o desempenho dos dois grupos por meio de um teste de performance (teste de desempenho contínuo do Conners).
A partir do questionário, que aponta 15 medidas de avaliação, foi feita uma análise estatística fatorial que permitiu identificar os três fatores mais prejudicados entre os adolescentes com TDAH.
Orlando Francisco Amodeo Bueno, chefe da disciplina de Memória do departamento de Psicobiologia da UNIFESP, explica que a atenção focada está associada à capacidade do indivíduo de concentrar-se em uma atividade; a atenção sustentada é a habilidade de manter-se na mesma atividade por um longo período e a vigilância é a aptidão que cada um tem de responder a algo não previsível. No teste, 360 letras surgiam na tela do computador em intervalos de 1, 2 ou 4 segundos, divididos em seis blocos. Para cada letra, o participante deveria reagir teclando caracteres pré-determinados.
Os resultados da pesquisa serão utilizados para dar suporte a outros estudos e aos tratamentos oferecidos pelo Centro Paulista de Neuropsicologia. Além de terapias, treinos e atividades, o Centro oferece aos pais dos participantes acompanhamento para que eles respondam de forma adequada às situações vivenciadas.

Vagas para voluntários em pesquisa para tratamento
Estão abertas inscrições para adolescentes já diagnosticados que possam fazer parte dos grupos de terapia associada a diferentes tipos de treinos. Durante 20 semanas, quatro grupos de cinco pessoas participam de atividades variadas. O projeto, coordenado por Mônica Miranda, mantém parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde também estão abertas as inscrições para adolescentes. Os resultados dos dois estados serão agrupados, tendo como objetivo apontar os impactos dos tratamentos propostos sobre participantes de diferentes realidades.
Inscrições para projeto de tratamento em São Paulo: Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp - Rua Embaú, 54 - Telefone: 11 5549-6899/8476

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